JORNAL DAS PAIXÕES
Qual a arte que vai decifrar o doce movimento
do meu olhar escorregando sobre teu peito
estrelário de paixões?
Cicatrizes cibernéticas
ou prontuário de yoga antigo
é possível entender tudo?
Maneirismos: você é meu inimigo e me ama
viciosamente
sem contradições ou movimentos
ou catástrofes.
É assim que Cruz das Almas doce
que um Gustave Moreau simbolizaria num Orfeu
misterioso
se transforma em um catálogo fantástico
por uma Rua das Flores entardecendo nos beijos
perfumosos das meninas do Pulo do Bode
nas invenções de cada beco
com seus frascos e fogos
longe de Itaparica e perto do mal.
Quem me dirá que as visões de William Blake
e José Salomão são gradações de hemorragias
incuráveis
em nossa mais antiga letargia?
Como viveremos daqui por diante?
Como os olhos de Hébe, onde é
Arcádia/antimatéria
onde as vistas de Hiroshigo nesta parede branca
basta olharmos para que as transmutações
do destino sincronizem com o não-destino,
a vida passa como um temporal fugaz
e nós inteiros, doídos de ver na quiromancia
que o tempo saqueou de nossas almas,
os leões e as andorinhas presas em lembranças.
Transilvânia, Recôncavo, onde são?
Ah, fruta-olor leio no Bagavad Gitâ o nascimento
e a morte: não é verdade que tenha havido
um tempo em que Eu não existia, nem esses
príncipes.
Hébe sente a lua prematura encravada
em sua nuca e a cidade não escutaria
a centelha de seus sussurros
nem a brisa refletida nas lâmpadas de mercúrio.
Farejamos isso, tricotamos nossas razões.
Traçar estas harmonias num espelho inítido
é coisa tão imprópria como tanger
os pássaros
além das campânulas de Asgard
além de todas as dores
as do dia e as da noite. O futuro é nossa festa?
Nas carnes meu amor ainda seria um cachorro
sem dono madrugadamente repelindo a tristeza
nas poças.
Nelson Magalhães Filho
Qual a arte que vai decifrar o doce movimento
do meu olhar escorregando sobre teu peito
estrelário de paixões?
Cicatrizes cibernéticas
ou prontuário de yoga antigo
é possível entender tudo?
Maneirismos: você é meu inimigo e me ama
viciosamente
sem contradições ou movimentos
ou catástrofes.
É assim que Cruz das Almas doce
que um Gustave Moreau simbolizaria num Orfeu
misterioso
se transforma em um catálogo fantástico
por uma Rua das Flores entardecendo nos beijos
perfumosos das meninas do Pulo do Bode
nas invenções de cada beco
com seus frascos e fogos
longe de Itaparica e perto do mal.
Quem me dirá que as visões de William Blake
e José Salomão são gradações de hemorragias
incuráveis
em nossa mais antiga letargia?
Como viveremos daqui por diante?
Como os olhos de Hébe, onde é
Arcádia/antimatéria
onde as vistas de Hiroshigo nesta parede branca
basta olharmos para que as transmutações
do destino sincronizem com o não-destino,
a vida passa como um temporal fugaz
e nós inteiros, doídos de ver na quiromancia
que o tempo saqueou de nossas almas,
os leões e as andorinhas presas em lembranças.
Transilvânia, Recôncavo, onde são?
Ah, fruta-olor leio no Bagavad Gitâ o nascimento
e a morte: não é verdade que tenha havido
um tempo em que Eu não existia, nem esses
príncipes.
Hébe sente a lua prematura encravada
em sua nuca e a cidade não escutaria
a centelha de seus sussurros
nem a brisa refletida nas lâmpadas de mercúrio.
Farejamos isso, tricotamos nossas razões.
Traçar estas harmonias num espelho inítido
é coisa tão imprópria como tanger
os pássaros
além das campânulas de Asgard
além de todas as dores
as do dia e as da noite. O futuro é nossa festa?
Nas carnes meu amor ainda seria um cachorro
sem dono madrugadamente repelindo a tristeza
nas poças.
Nelson Magalhães Filho
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Um comentário:
Valeu Beto. Grande abraço.
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