agosto 10, 2011


FAX E DESFAX PARA AS GALÁXIAS DO HAROLDO


e começo aqui e meço aqui este começo e recomeço e remeço e arremessoe aqui me meço quando se vive sob a espécie da viagem o que importanão é a viagem mas o começo da por isso meço por isso começo escrevermil páginas escrever milumapáginas para acabar com a escritura paracomeçar com a escritura para acabarcomeçar com a escritura por issorecomeço por isso arremeço por isso teço escrever sobre escrever éo futuro do escrever sobrescrevo sobrescravo em milumanoites miluma-páginas ou uma página em uma noite que é o mesmo noites e páginasmesmam ensimesmam onde o fim é o comêço onde escrever sobre o escreveré não escrever sobre não escrever e por isso começo descomeço pelodescomêço desconheço e me teço um livro onde tudo seja fortuito eforçoso um livro onde tudo seja não esteja um umbigodomundolivroum umbigodolivromundo um livro de viagem onde a viagem seja o livroo ser do livro é a viagem por isso começo pois a viagem é o comêçoe volto e revolto pois na volta recomeço reconheço remeço um livro é o conteúdo do livro e cada página de um livro é o conteúdo do livro e cada linha de uma página e cada palavra de uma linha é o conteúdoda palavra da linha da página do livro um livro ensaia o livrotodo livro é um livro de ensaio de ensaios do livro por isso o fim-comêço começa e fina recomeça e refina e se afina o fim no funil docomêço afunila o comêço no fuzil do fim no fim do fim recomeça orecomêço refina o refino do fum e onde fina começa e se apressa e regressa e retece há milumaestórias na mínima unha de estória porisso não conto por isso não canto por isso a nãoestória me descontaou me descanta o avesso da estória que pode ser escória que podeser cárie que pode ser estória tudo depende da hora tudo dependeda glória tudo depende de embora e nada e néris e reles e nemnadade nada e nures de néris de reles de ralo de raro e nacos de necase nanjas de nullus e nures de nenhures e nesgas de nulla res enenhumzinho de nemnada nunca pode ser tudo pode ser todo pode ser totaltudossomado todo somassuma de tudo suma somatória do assomo do assombro e aqui me meço e começo e me projeto eco do comêço eco do eco de umcomeço em eco no soco de um comêço em eco no oco de um socono osso e aqui ou além ou aquém ou láacolá ou em toda parte ou emnenhuma parte ou mais além ou menos aquém ou mais adiante ou menos atrásou avante ou paravante ou à ré ou a raso ou a rés começo re começorés começo raso começo que a unha-de-fome da estória não me comenão me consome não me doma não me redoma pois no osso do comêço sóconheço o osso o osso buço do comêço a bossa do comêço onde é viagemonde a viagem é maravilha de tornaviagem é tornassol viagem de maravilhaonde a migalha a maravilha a apara é maravilha é vanilla é vigíliaé cintila de centelha é favilha de fábula é lumínula de nada e descanto a fábula e desconto as fadas e conto as favas pois começo a fala

o negríssimo enganchado a sua ninfeta loira saudável discórdia concors recolonização biológica por isto esta cidade é babelbarroca por isto esta cidade é uma opera aperta (Galáxias, frag.13)

Clique no GALÁXIAS:circuladô de FulÔ

Galáxias - Haroldo De Campos - 1ª Edição

Nenhum comentário: