janeiro 17, 2016


SUMMER

Last summer, two discrete young snakes left their skin
on my small porch, two mornings in a row. Being

postmodern now, I pretended as if I did not see
them, nor understand what I knew to be circling

inside me. Instead, every hour I told my son
to stop with his incessant back-chat. I peeled

a banana. And cursed God—His arrogance,
His gall—to still expect our devotion

after creating love. And mosquitoes. I showed
my son the papery dead skins so he could

know, too, what it feels like when something shows up
at your door—twice—telling you what you already know.

Robin Coste Lewis


VERÃO

No ultimo verão, duas cobras deixaram suas peles
na minha varanda, por duas manhãs seguidas. Sendo

agora pós-moderna, eu fingi que nem as tinha visto,
nem quis entender o que sabia estar revolvendo

por dentro. Contudo, toda hora dizia ao meu filho
para que parasse de tagarelar. Enquanto descascava

uma banana. E amaldiçoava Deus—Sua arrogância,
Sua fealdade—por ainda esperar a nossa devoção

após ter criado o amor. E os mosquitos. Eu mostrei
ao meu filho as peles tal papel seco para que entendesse

 como uma coisa, em conluio, se apresenta à sua porta
ao insistir—duplamente—em exibir o que já sabíamos .

Robin Coste Lewis


Tradução / translation: Beto Palaio
Ilustração: deusa minoica das cobras / Minoan goddess of the snakes

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