setembro 06, 2014


A ARTE NA FUNILARIA

Começa assim o descrito
Há no ferro um conceito
Em feitio quase concreto
Derrete ao pleito do fogo
Faz ali sustento perfeito

No clarão do que existisse
Pode sugar um ser que é ser
Ou não ser o que é não ser
Falenas em oficina própria
Ao brilhar aço em latoarias

Filas de carros na espera
Uma placa na paineira lia
Bira Abravanel Funilaria
Chapas de aço na entrega
Fero é o fogo em chafariz

Ali não rege lição de lótus
Seu Bira porto no asfalto
Sua gravata borboleta voa
Línguas de estrelas sopram
Chispas do agir ao estanho

A Arte possui abusado nariz
Faz engendrar motor e luz
Movediça no soprar braseira
Chapas que sugerem Bienal
Azos ao sagrar-se funileira

Beto Palaio

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