junho 05, 2014




ABÃNEEGA PITUBA XERÉM, DISSE COBRA NORATO

(Parte 3)

Cheirando a flor de laranjeira. Sentindo-se a rainha da cocada preta. Diz a lenda que Miss Toranja não ficaria muito tempo em Brasília. Ela encontrou um faniquito podre, massa falida e tal, dentro do disco de pizza que encomendou aos Irmãos Faziolli & Delivery. Tudo para ela eram causos e desejos. No intento de carregar o andor daqueles políticos de ocasião. Acabou por dar com os burros n´água. Justo quanto. Sua fabrica de vaquinhas de presépio estava indo tão bem na Capital da República. Mas falir era algo complicado de simples. Dança pela vida afora as notas fiscais emitidas em nome da empresa Vacas Yes Yes. Miss Toranja abriu uma filial dentro do tribunal superior de notas complementares. Entregava notas fiscais juntamente com pizzas quentinhas. Tudo no bem bom. Quando afinal. Acordou ela num mar de lama. Desconhecera até então o que era doença, k de caos, no lúgubre de raízes a corromper-se, o régio se torna desdentado. Assim é que. Cobra Norato surge para Miss Toranja num sonho. Ele está atrás de nuvens negras de temporal que estão atrás de arranha-céus que recortam um céu agora azulzinho feito beija-flor de Krishna e por detrás deste céu confeitado haviam milhares de estrelas perfuradas em papel crepom. Neste sonho ele alcança o fundo de uma floresta incalculavelmente bela. A terra ali é fabricada. Tijolos de terracota são pulverizados numa prontidão sem fim. As árvores, no entanto, são tecedeiras de estórias e tramas, são cachos de embromações que saem impressas em tecidos de couro cru embornal bela raça pano de mangas tergal para sentar e levantar e tornar a sentar segredos de alcova jeans sovados e descorados mescla morena saco de pancada leques coaxos pios e fios e pavios.


Beto Palaio


Edição em 5 partes.

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